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De congressos a feiras e exposições, empresas veem liberação demorada e gradativo aumento de público presencial. Pandemia impôs fechamento e perdas

 

Nova flexibilização para corridas, eventos sociais e gastronômicos em propriedades públicas e privadas de Belo Horizonte, à exceção de logradouros, abre um pouco mais as portas para setor pujante do turismo na capital e que está entre os mais afetados pelo impacto do novo coronavírus. Desde sexta-feira, novos protocolos ampliam o funcIonamento desses eventos, assim como de teatros, shows, espetáculos, feiras, exposições, congressos e cinemas, possibilitando público maior. Porém, promotores e empresários ainda consideram as medidas restritivas e sustentam estar havendo fuga de grandes oportunidades para outras cidades.

Em 3 de julho, a prefeitura divulgava os primeiros passos para eventos com menor público, mas não agradou aos setores da economia envolvidos. Houve protesto da Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE), sob alegação de que as regras estariam em desacordo com o que foi proposto à época em reunião com representantes do Executivo municipal.
A volta de alguns pequenos encontros e festas impactou em menos de 15% a cadeia do setor, segundo a vice-presidente do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos de Minas Gerais (Sindiprom-MG), Karla Delfim. A capital, que tem como característica receber turistas de negócios, vinha perdendo, segundo ela, muitas atividades do setor de eventos diante da demora na liberação. “BH precisa passar ao protocolo verde na prática”, afirma.
É desse drama para as empresas se recuperarem que trata esta terceira matéria da série de reportagens que o Estado de Minas publica desde domingo sobre como variados segmentos da economia estão lidando com a retomada de suas atividades e avaliam o que mudou e precisa ser feito nessa direção. De acordo com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos, o setor gera em torno de 2 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país.
Antes da pandemia de COVID-19, no período de 2013 a 2019, estimava-se que o ramo de eventos crescia, em média, 6,5% ao ano, envolvendo 5 mil empresas promotoras em todo o país. Segundo o Sindprom-MG, o setor de turismo e eventos é responsável por 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços) do Brasil. Somente a área de eventos representa 4,5%.
“Por ser um setor com muita informalidade, gera 250 mil empregos diretos, mas as atividades porporcionam renda para centenas de outras categorias, como taxistas, carroceiros, vendedores ambulantes e barraqueiros, seguranças e bilheteiros, entre outros, além de movimentar bares, restaurantes e comércios mais variados. Impacta em 70 setores econômicos”, destaca Karla Delfim.
O segmento foi um dos mais afetados pela necessidade de distanciamento social para conter a contaminação pelo coronavírus, e muitos empreendedores fecharam as portas em defitinivo, de acordo com o Sindprom-MG. A entidade estima que 97% das empresas em Minas sofreram algum impacto da COVID-19 e 49% encerraram as atividades ou migraram para outros setores. “Mas sempre mantivemos um diálogo aberto com a Prefeitura de BH.”
O presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similiares (Sindibares), Paulo Pedrosa, diz que a capital vem perdendo eventos de vulto para outras metrópoles. “Há mais de 30 anos promovíamos um dos maiores eventos do país, o Festival de Manga-larga Machador (anunciado agora para o Rio de Janeiro), período de maior ocupação dos hotéis em BH. Eram 10 dias de eventos e a cidade se movimentava muito uma semana antes e uma depois.”
Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2021/09/21/internas_economia,1307418/abertura-de-bh-a-eventos-traz-animo-mas-e-insuficiente-para-o-setor.shtml
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