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As ações de grandes bancos são os destaques positivos do Ibovespa nesta segunda-feira (3), no primeiro pregão do ano, devolvendo perdas recentes, após o governo federal sancionar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia sem aplicar compensações temidas pelo setor financeiro.
Às 10h56, as ações do Itaú Unibanco tinham a maior alta, subindo 1,24%. Os papéis do Bradesco subiam 1,42% e do Santander, 1,07%. As ações da Itaúsa, holding que controla o Itaú, tinham alta de 0,11%.
O governo de Jair Bolsonaro sancionou no último dia de 2021 um projeto de lei que renovou a desoneração de folha para os 17 setores que mais empregam no país por mais dois anos — o benefício se encerraria no final de 2021.
O governo vinha estudando fontes alternativas de receita para compensar o que deixaria de ser arrecadado com a desoneração. Além de uma possível prorrogação da sobretaxa do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) até 2023, o governo avaliava manter em patamar elevado a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) cobrada de instituições financeiras.
A possibilidade de mudanças ajudou na queda das ações dos bancos nos últimos pregões, especialmente no dia 30 de dezembro. Bradesco PN e Itaú Unibanco PN, por exemplo, somavam três baixas seguidas até esta segunda-feira.
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, a compensação fiscal não foi necessária, pois se trata de prorrogação de benefício já existente. O órgão citou uma orientação nesse sentido emitida pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, o Executivo precisou editar uma medida provisória revogando a necessidade de a União compensar o valor da desoneração.
“Com a correção na metodologia antiga, não haverá criação de nova despesa orçamentária, o que tornou possível sancionar a prorrogação da desoneração com os recursos já existentes no Orçamento”, disse a Secretaria-Geral.
Em contrapartidas, as varejistas, que já tiveram um 2021 difícil, começaram 2022 liderando as quedas. Os papéis do Magazine Luiza caiam 6,37%.
As ações da Lojas Americanas tinham queda de 4,07%, da Americanas caiam 5,45% e da Via, 6,10%.
Hoje, os juros futuros passam por uma correção exibindo alta, especialmente no miolo da curva, após terem caído na sessão anterior, na quinta-feira (30). Segundo traders, não há um driver para os negócios e a liquidez está bem fraca.
As varejistas são empresas mais sensíveis ao aumento de juros: quanto maior a taxa e a inflação, menor o poder de consumo dos brasileiros, diminuindo a receita. Além disso, as varejistas costumam ser empresas com um volume alto de dívidas, que fica mais cara a medida que os juros aumentam.
(Com Reuters e Agência Estado).
Fonte: https://6minutos.uol.com.br/mercado-e-dolar/no-1o-pregao-do-ano-acoes-de-banco-lideram-alta-do-ibovespa-varejistas-despencam/