CoronaVac: Com 78% de eficácia, Butantan diz que iniciou pedido emergencial Fabio Regula, Lucas Borges Teixeira, Guilherme Mazieiro e Allan Brito Do UOL, em São Paulo e Brasília, e colaboração para o UOL 07/01/2021 12h50Atualizada em 07/01/2021 14h41 Depois de adiar por duas vezes o anúncio dos resultados da terceira fase de testes da CoronaVac, o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciou hoje que a eficácia da vacina é de 78%. O governo disse também que já iniciou o pedido de uso emergencial do imunizante à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que espera que o rito para submissão (como é chamado formalmente o pedido de uso) seja finalizado finalizado entre hoje e amanhã. A agência regulatória, entretanto, afirma em nota que ainda não houve pedido, e que terá outros encontros até que o processo seja concluído.
Os resultados dos estudos da CoronaVac foram apresentados em entrevista na sede do instituto com a presença do governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP). A porcentagem da eficácia está acima dos 50% exigidos pela Anvisa.
“A vacina do Instituto Butantan tem eficácia de 78% a 100% contra covid-19, apontam estudos no Brasil. Esse resultado significa que a vacina tem elevado grau de eficiência e eficácia para proteger a vida dos brasileiros. As pessoas vacinadas terão entre 78% a 100% chances a menos de desenvolver a covid-19”, disse Doria.
As porcentagens de eficácia da CoronaVac, segundo o Butantan, são as seguintes: contra casos leves de covid-19: 78% contra casos moderados de covid-19: 100% contra casos graves de covid-19: 100%.
Os números acima indicam que, segundo o Butantan, pessoas vacinadas com as doses da CoronaVac têm 0% de chance de, se pegarem a covid-19, terem casos moderados ou graves da doença. E têm até 22% de chance de, em contato com o coronavírus, terem um quadro leve da infecção.
Durante a entrevista, o presidente do Butantan, Dimas Covas, procurou reduzir a preocupação causada pelo fato de a eficácia da CoronaVac ser inferior à de outras vacinas, como a produzida pela Pfizer/Biontech (95%). Segundo ele, o índice menor se deve principalmente a dois fatos: o modelo da vacina (que usa o próprio vírus) e o alto contágio no Brasil, inferior ao de outros países onde os imunizantes foram testados.
”Nesse momento a pessoa pode até se infectar. O que queremos é que não progrida para doença, não fique grave e não tenha que ser internada. Aqui já estão resultados que mostram importância da vacina”, disse:
“Estamos evitando casos graves, moderados, internações e diminuindo necessidade de atendimento laboratorial. E reduzindo manifestações mais leves. É uma excelente vacinação para o momento. Precisamos que ela chegue aos braços das pessoas, que sejam aplicadas em idosos e profissionais de saúde o mais rapidamente possível.”
– Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan
Segundo Covas, a vacina pode ser aplicada em “jovens e idosos”. “É estudo com pessoas de mais de 18 anos, incluindo idosos”, afirmou. “Não tem diferença observada. E assim esperamos. Idosos têm imunologia diferente. Isso já foi publicado, através dos estudos de fase 1 e 2.”.
Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/01/07/coronavac–eficacia.htm
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